52 dias...

Coisas para resolver não me faltam... e a disposição, cadê?
Queria ficar só deitada sem ninguém por perto.
Tenho tantas coisas para resolver da casa que nem imagino o que vou fazer primeiro.
Se eu estivesse com dinheiro, talvez fosse mais fácil... me distrairia comprando os móveis da sala, decorando o ambiente, brincando de mamãe um pouquinho...mas a realidade não é essa.
Estou tão sem paciência que acabei até descontando em Denilson, tadinho. Não tem nada haver com a história e acabou ouvindo umas que ele não merecia... ficou até me olhando torto, mas não respondeu nada, sabe que não estou eu mesma...
Tem toda uma parte chata e burocrática para resolver que sobrou para mim e eu não queria mecher nisso por enquanto, mas quanto masi demorar para tomar coragem mais se arrasta o sofrimento.
Vamos pedir a Deus que me dê coragem e força para que essa fase de luto passe brandamente. Tento só pensar em coisas boas mas tem horas que quero que o mundo desabe comigo embaixo.
Sei que tenho uma família para formar mas que é uma barra, isso é. só queria continuar a ser a filhinha, só por mais um tempinho. Me tornei a dona da casa(ou das casas) com um monte de responsabilidades que eu abriria mão sem pensar duas vezes.
Deus tem planos para cada um de nós. Espero que eu consiga entendê-los logo.

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SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2008.

51 dias...


Sabe aqueles dias que você não quer ver ninguém?
Que té o belo canto dos pássaros pela manhã te irritam?
Que nem o sol, nem uma bela canção, o nascer de uma flor ou a risada de uma criança não conseguem te fazer ver sentido na felicidade?
É, hoje foi um dia desses. estou péssima. Minha cabeça não para de doer e nem o calmante conseguiu me acalmar hoje. Tudo me irritou, tudo me deixou deprimida, tudo me fez sofrer...
Denilson tenta ajudar, me levou com Fernã para almoçarmos fora, tentamos comprar o sofá da sala mas nada deu certo e acho que por culpa minha mesmo.
Liguei para a escola para avisar sobre a missa de mamãe e que também não tenho condições ainda de retornar ao trabalho. Como sempre, todos foram muito solidários e compreensivos comigo. Não sei o que seria de mim sem essa equipe que é uma família...
Não sei como vai ser voltar a trabalhar sem a espectativa de mamãe voltar... hoje só consegui pensar no sofrimento que vai ser ver cada canto da escola e me lembrar dela... isso me deixou mais triste e abalada do que estou.
Estou tentando ser forte mas que está difícil segura, ah isso está...