170 dias...

Segunda feira em clima de pêsames.

Estou mal, não quero papo com ninguém e estou em um desânimo só.

Queria que o chão se abrisse para eu me enterrar...

Denilson ontem estava discursando sobre o trabalho de Rodney(sócio dele no reboque) e Jack(mulher de Rodney):

" Eles estão vivendo para o negócio. Eles trabalham de 6h às 24h direto. Jaqueline está direto no computador resolvendo os pedidos de serviço. Tenho que alugar um galpão pois já estamos comprando o segundo carro vou ter que fazer alguma coisa e Jaqueline vai trabalhar na parte da manhã, tenho que contratar alguém para trabalhar de tarde e de noite, ela vai receber pois ela faz faculdade e blá blá blá blá blá blá blá blá blá..."

Entendi muito bem o festival de elogios à dedicação alheia... funcionou como crítica à minha pessoa...

A parte mais engraçada é que em nenhum momento ele me quis participando de nada, não perguntou minha opinião sobre nada, nem me pediu ajuda nenhuma...eu senti como uma "indireta direta", só que eu fui excluída desde o início.

Eu não estou fazendo questão nenhuma de participar como intrometida em nada, não estou bem, me sinto cada vez mais triste e infeliz com minha vida em geral e não estou em condições de assumir nada que não conheça.

Fiquei muito chateada... tenho me dedicado à casa, à comida, à roupa de todo mundo lavada, à decoração da minha casa nova sem ouvir um elogio de ninguém. Abri mão de dar ou fazer aulas de dança (que todo mundo lá em casa sabe o tamanho da importância em minha vida) e ninguém se importou nem pergutou por que abandonei tudo do nada...

Reduzi meus horários na escola e automaticamente meu salário, pois estar lá por muito tempo me faz sofrer em dobro... Ninguém se importou com isso, nem deu opinião...

É muito fácil ser egoísta e encontrar tudo na mão. Mais fácil ainda é achar que não estou fazendo nada de importante, mas ninguém dá valor ou atenção ao que estou passando e se eu deixar de fazer o mundo desaba... mas ninguém toma uma atitude.

A vontade que tenho é de morrer. Queria ver o que aconteceria... pena que não dá para saber já que estaria morta. Do jeito que ando pouco cristã, nem em vida eterna no inferno estou acreditando.

Talvez meu sofrimento terminasse e aí os outros iam poder viver suas vidas egoístas trabalhando o dia todo e fazendo algo de "importante mesmo"... mas no fim do dia não ia ter casa limpa, roupa lavada, comida no prato ou eu triste pelos cantos"sem motivos", pois não faço "nada o dia todo."