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Agradecimentos

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

26 dias...

Dia de voltar para casa.

Eu e Denilson pensamos em pegar o último dia de praia hoje só que para nossa surpresa resolveu cair um pé d'água de manhã cedo. RESULTADO: Ficamos dormindo mesmo. Tomamos o café e acabei de fechar as malas.

Fomos para o aeroporto e quase não conseguimos embarcar, parecia que não havia vaga para nós dois... imagine só , um vai e um fica...
Denilson ficou logo nervoso mas eu estava tranquila e como já previa tudo deu certo. Embarcamos com 30 minutos de atraso e voltamos para a realidade.
Cheguei no apartamento e joguei as malas para o canto. Fui correndo ver minha mãe.

Chegando lá para minha surpresa, ela estava bem mais abatida do que quando saí de viagem. Minha irmã fez questão de esconder durante toda a viagem que ela não estava bem e de despejar todas as agruras que passou enquanto eu vivia o conto de fadas, a vida boa, a fantasia, a diversão e tudo de bom que existe no mundo como ela mesma fez questão de se referir no blog dela.

Em nenhum momento em meu blog eu quis fazer desabafos de como tenho me sentido desde que minha mãe adoeceu. Ás vezes um pequeno comentário ou outro são citados, já que é de mim não me vitimizar nem expor aquilo que realmente sinto.

Deus sabe o quanto sofro a cada dia. E os sentimentos quanto ao meu casamento que eram para ser só felicidades neste inicío de descobertas tem sido divididos com um sofrimento inigualável, com uma culpa que fazem questão de fazer sentir, com um sentimento de impotência e incompreensão alheia.

É muito fácil achar que sou egoísta por me casar e sair por 14 dias, talvez a culpa seja minha, já que nunca deixei que ninguèm tomasse a frente de nada.

Eu sempre tive as decisões nas minha mãos e a palavra final também.
Acho que um dos maiores erros meus foi sempre proteger aqueles que amo. Prefiro sofrer sozinha a dividir a dor.

Minha irmã acha que estou vivendo um mar de rosas... mal sabe ela que meus antidepressivos são meus melhores amigos durante o dia e os calmantes os da noite.

Ontem tive plena consciência de como está grave a situação da minha mãe e isso acabou comigo. Denilson realmente me ama muito, ele percebeu o quanto eu fiquei abalada e não insistiu no assunto. Se calou.

Lendo o blog da minha irmã e vendo seu alívio por eu estar de volta me lembrei dos dias que passei no hospital com mamãe e das vezes que ela se urinou na cama totalmente inconsciente, que arrancou o soro, que não comeu, que chorou, que disse que não queira morrer, que me agrediu, que não me reconheceu,que dormiu com a comida na boca e quase morreu sufocada.

Lembrei de todos os médicos que me desenganaram a cada exame e a cada internação,já que a tarefa de conversar diretamente com eles ficava na maioria das vezes comigo. Fora você ter que ouvir: Você sabe que não tem cura, não sabemos quanto tempo ela vai resistir ou Vai mesmo continuar com a quimioterapia, acha que vale a pena?

Evitei passar isso para todos. Todos que me perguntam, inclusive minha família eu sempre respondo : Ela está melhorando. Mesmo sabendo que é mentira.
Doi demais perder alguém assim. Hoje eu estou sem fé e sem esperança e sentindo uma mágoa muito grande por haver pessoas que acreditam que resolvi cuidar da minha vida e largar tudo para os outros.

Isso nunca fez parte de mim. O Complexo de Atlas(aquele que carrega o mundo nas costas ) é a história da minha vida, sempre foi. Pensei que seria melhor compreendida tentando viver uma meia vida independente, mas percebi que dentro de casa mesmo isso não é possível.É muito mais normal esperar que eu resolva, que eu diga, que eu dê o meu jeito, como sempre dei.

Toda a viagem se apagou hoje. Toda a felicidade que eu queria dividir foi embora em uma fração de segundos. Quem ficou sofrendo conseguiu me fazer sofrer muito mais do que se eu tivesse ficado em casa, minha vontade agora não é de sumir, não é de chorar... só sinto uma dor que não vai passar.

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